quarta-feira, 5 de novembro de 2014

CAPÍTULO10-

Tira essa máscara que cobre o seu rosto

   _Que ridículo! Por que agiu dessa maneira se todos aqui sabemos que você não é assim?
   _Oh! Você sabe papai? Você realmente sabe? E onde você estava quando meu primeiro dente caiu e eu não sabia ao certo o que fazer..? Eu nem sabia que isso era normal. E quando eu cheguei da escola querendo mostrar pra todos que eu sabia ler?! Você também não estava lá. E o medo que eu tinha de chuva, essa você não sabia não é mesmo? Pois é, eu morria de medo, até perceber que a chuva em si não significava nada, comparada com a tempestade que se encontrava em toda minha vida, e o único jeito era saber conviver.
 Mesmo não tão presente a minha mãe sempre esteve por perto, mas você? As únicas vezes que se lembrava da filha mandava um presentinho pra não ficar muito ruim.  E agora vem dizer que eu não sou assim... Quem é você? Aliás, quem eu sou pra você afinal?
   Quando estava presente, Felipe notou algumas trocas de olhares estranhas e logo percebeu que estava acontecendo alguma coisa. Porém, quando saiu ele não foi embora! Ficou na porta observando tudo, assim percebeu a farsa de Luana.
   _E querem saber mais! Estou cansada!
   Luana correu mais que depressa para “seu” quarto, pegou sua mochila que nem sequer havia desmanchado. Tirou o salto e colocou seu all star, mas não trocou de roupa. O fato de estar de longo e tênis não foi um impedimento. Ela nem ligava pra essas coisas, na verdade a única coisa que importava naquele momento, era sair dali.
   Luana ia descendo as escadas quando Michelly já foi logo palpitando.
   _Ai que falta de classe! Você está ridícula! No começo da noite eu até tinha pensado em rever meus conceitos sobre você, mas vejo que não! Olha isso, all star e longo?! Brega! 
   Debochou.
   _Oh Michelly! Você também é muito simpática! Mas, se realmente isso te aflige, eu dou um jeito!
  
   Pegou uma tesoura num bolso da mochila e fez um corte no vestido, de forma que dava pra rasgar na altura do joelho mais ou menos.
   _Não é mais um longo!
   Sorriu. E todos ficaram boquiabertos, inclusive Felipe.
    _Se você realmente sente algum amor por sua filha, deixe-me ir pai! Não aguento mais!
   O pai concedeu e não falou mais nada, simplesmente deixou ir. Não por amor, como Luana havia dito, mas por raiva de não ter conseguido o que queria. Um pai normalmente não deixaria a filha sair de casa, quando esta não se encontra nem em seu próprio país. Mas ele deixou. Desnaturado? Ou algo a esconder?

CAPÍTULO 9-


Fingindo ser quem não é...


  Luana tentou encontrar alguma forma de sair daquele lugar.   Percebeu que bem nos fundos  do jardim, havia um muro fácil de pular.Assim, pulou, mas o que ela não esperava, que lá também havia um segurança.  Pensou rapidamente em uma desculpa:
   _Sabe o que é, esse tal Felipe não pode me ver vestida assim, acho que o papai também não gostaria. Então pensei em sair para comprar roupas melhores.
   _Você tem razão, mas não pode ir sozinha, vou conversar com seu pai, para alguma das empregadas te acompanhar.
   Luana ficou esperando perto de outro segurança quando uma das empregadas que estava conversando no jardim apareceu. As duas seguiram juntas em silêncio, que logo foi quebrado por Luana.
   _Qual seu nome? Olha, eu ouvi quando conversava com aquela outra mulher, percebi que não gostam de ninguém daquele lugar, eu também não. Então, por favor me ajuda?
   _Meu nome é Cecília.  Ajudo, mas o Sr. Felipe também é diferente. Por que não dá uma chance pra ele?
   _Porque eu tenho alguém me esperando, e não consigo me convencer que esse cara aí, seja tão legal igual todos dizem. Preciso me livrar dele!
   _Bom se é assim, o conselho que te dou, é que você aja como Michelly agiria,  exagera nas compras, vá vestida escandalosamente bem , de forma que demonstre querer humilhar todos por ali!
   _Credo! Mas se isso vai ajudar, tudo bem!

   As duas foram, em muitas lojas. Cecília levou Luana para se produzir com profissionais altamente qualificados.
   As duas combinaram de Luana se arrumar na casa da empregada, pois era previsível que Michelly tentaria sacanear Luana, e aquilo não podia dar errado de nenhuma forma! Elas ligaram avisando tudo para o pai.
  
   Quando deu a hora do jantar, o motorista a levou para a mansão. Era certo que eles já estavam todos por lá.
   Luana foi entrando, estava irreconhecível com um vestido longo, azul escuro. Estava maquiada, e seu cabelo estava preso no alto, de forma que longos cachos ruivos caiam sobre seu ombro. Todos ficaram surpresos!   
   Durante todo o jantar Luana observava Michelly e tentava copiá-la... Fazia comentários ridículos, e humilhantes. E quanto mais via a cara de decepção de Felipe, mais continuava!
     Assim, Felipe resolveu sair dali o mais rápido possível, e finalmente Luana poderia acabar com toda aquela farsa.
 Todos ficaram chocados e em silêncio até este ser quebrado por uma gargalhada de Michelly.
 O pai mais que depressa levantou-se!

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

CAPÍTULO 8-


A vida tem dessas coisas


   _Ela só disse isso?
   _Foi meu filho.
    Daniel lia e relia o versos escritos no bilhete que Luana havia mandado:

MEU PAI ME LEVOU PARA LONDRES DANIEL. NÃO TENHO PREVISÃO PARA QUANDO VOLTO, NEM ACHO JUSTO PEDIR QUE ME ESPERE. VOU TENTAR DAR UM JEITO DE NÃO FICAR AQUI POR MUITO TEMPO. QUANDO A SAUDADE BATER, PENSE EM MIM, QUE EU ESTAREI PENSANDO EM VOCÊ!

   O bilhete estava marcado por lágrimas de Luana, que agora se juntavam com as de Daniel.


Luana havia chegado em Londres com o pai, e quando entrou na mansão dele, ficou impressionada, se perguntava pra quê daquilo tudo, ele a levou até um quarto enorme só para ela. Os dois se sentaram na cama e começaram a conversar.
   _Sabe filha, depois que vim para Inglaterra, fiz amizade com muita gente importante, e um desses meus amigos, virá hoje em um jantar aqui.
  
   Luana não estava nem um pouco interessada nos assuntos do pai. Só pensava em Daniel.
   _Aé pai?
   _É, e ele trará o filho , faço muito gosto  que você se aproxime dele, quem sabe até não se tornam namorados?
   _Era pra isso pai? Me trouxe até aqui para criar laços com pessoas importantes? Faça me o favor!
   _Não é isso Luana!
   _Ah não? E a Michelly? Arruma ela pro cara pai! Afinal, ela também é sua filha. Tem a mesma idade que eu. E tem até  mais classe!
   _Ele não quer ela Luana.
   _Ah entendi! Esse é o problema! Por isso apareceu tão rápido em casa, e arrumou aquele pretexto!

   Quando ela foi ver, o pai já estava saindo do quarto! Ela começou a chorar!
“Eu nunca te trocarei por ninguém Daniel”
  
   Saiu do quarto para tomar um ar lá fora, e esbarrou com um tanto de patricinhas, eram as amigas de Michelly. Percebeu que elas cochichavam algo, assim, queria cada vez mais sair o mais rápido dali.

   Michelly era bonita, mas não era uma beleza natural como tinha Luana. Além do mais, era muito chata!
   As garotas fofocavam sobre as roupas de Luana, e até como ela se vestiria a noite para se encontrar com Felipe, o garoto que o pai de Luana fazia gosto que ela namorasse.
  
   Luana foi até o jardim, que era bem grande por sinal. Sentou-se em uma banco, e começou a escrever em seu novo caderno:
 
“Como posso escrever coisas bonitas se me encontro em uma triste situação?
  A única palavra que passa pela minha cabeça é perdão...
  Perdão, por ter aceitado
 Ir pra tão longe e te deixado
Perdão por ter sido covarde
Nem posso pedir que me aguarde
Não faço ideia do tempo
Só sei que por aqui tudo é mais lento
Se um dia eu voltar
Gostaria de te encontrar
Te falar que nunca mais abro mão da minha felicidade
Para agradar os outros que não me amam de verdade!”



   Luana continuava escrevendo, quando escutou duas empregadas da casa conversando:
   _Não aguento mais essas amigas da Michelly, agora estão numa gritaria porque o tal do Felipe chegou.
   _Coitada dessa menina que chegou então, elas vão cair matando pra cima dela, por causa do garoto. Diz que ela só veio, porque o menino se interessou, depois que viu uma foto dela. Agora que está aí, então provavelmente deve estar procurando ela.

   Luana, pensava consigo mesma:
“Mais essa! Esse cara não vai me ver mesmo!”

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

CAPÍTULO 7-

Raciocínio imediato

 
Luana entrou pra dentro de casa, foi aí que percebeu que as horas passaram, e os dois haviam ficado  muito tempo ali. Seu pai havia deixado muitos recados na caixa de mensagens. A maioria desejando Feliz Natal! E pelo fato de não ter recebido nenhuma resposta, o último  estava mais ou menos assim:
“Luana. Me liga agora!”
   Luana ficou até meio assustada, pois o pai nunca havia se importado com ela, e agora aquele recado?  Não poderia ligar naquela hora, pois ele saberia que estava voltando de algum lugar, e se conversasse com a mãe e ela dissesse que não estava com Luana, acabaria arrumando problemas.
   Então deitou, e logo cedo foi acordada pelo pai.
   _Pai o que você está fazendo aqui?
   _Depois de tantas mensagens ignoradas, resolvi ligar para sua mãe, e quando soube que ela te
deixou sozinha no natal, não pude admitir, ela é realmente uma sem noção, uma desnaturada! Então decidi filha, vou te levar comigo para Londres.
      Luana tinha acabado de acordar, não conseguia pensar direito, era muita informação para sua cabeça.  Como podia, mudar para Inglaterra assim, de uma hora para outra?!
   _Não pai, é cedo para brincadeiras.
    O pai ficou nervoso de forma que Luana nunca havia visto antes.
   _Não é brincadeira! Em meia hora quero suas coisas prontas, estou te esperando na sala.
   Luana levantou de uma vez.
   _Sabe o que você é papai? Você é um hipócrita! Exige da minha mãe o que você não é! Como assim ela devia estar presente? Você nunca esteve. Que moral tem para vir me dizer isso? Nem se importam de verdade comigo. Só com as aparências. Se quiser me provar o contrário, e mostrar que quer o meu bem de verdade, vai embora e me deixa sozinha como sempre fez!
   Ele gaguejou, mas não mudou de ideia.
   _Éh.. Em meia hora!
   Ele saiu do quarto e Luana se desesperou. Como poderia deixar, ou perder Daniel quando ela finalmente o encontrou e começou a entender seus sentimentos?
  Começou a escrever um bilhete e as lágrimas escorriam sobre ele naturalmente. Juntou suas coisas em uma mochila, prendeu o bilhete nas cordas do violão e foi até o pai.
   _Tudo bem, pai. Eu vou com a condição de passarmos em um lugar antes.
   Ele abriu um grande sorriso, pois tinha conseguido o que queria.
  _E onde vamos?
    Luana, indicou o endereço da casa de Daniel.
  
   O pai ficou esperando no carro, enquanto Luana esperava alguém atender na porta, logo a mãe de Daniel apareceu.
   _Oi, o Daniel está?
   _Eii, você que é a Luana? Daniel fala muito bem de você. Ele não está, eu o pedi para passar em um lugar, mas daqui a pouco ele chega.
  
Luana deu um sorriso, e uma lágrima caiu.

   _Entrega isso pra ele? E diz, que eu o amo, e que mesmo que as coisas não vão de acordo com meus planos, eu vou dar um jeito!

   Foi ela entregar seu violão com o bilhete, o pai buzinou chamando-a.
   _Porque entregou o violão que te dei para aquela mulher?
   _Precisava de umas afinações! Assim, não pretendo ficar muito tempo com o senhor, então, melhor deixá-lo.
   _Você vai mudar de ideia.
   _Não mesmo!
   Enquanto o pai seguia até o aeroporto, Luana começou a raciocinar tudo que estava acontecendo.
Se tocou, que o fato dela estar indo com o pai, não era por causa, de ter passado o natal sozinha como ele havia dito, afinal, a última mensagem foi mandada depois da meia noite, e no outro dia ele já estava cedo em sua casa. Aquilo era só um pretexto! O pai já estava por ali, e já pretendia levá-la, só procurou uma oportunidade... E como a mãe não ajuda nem um pouco, foi fácil!


quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

CAPÍTULO 6-

Um perpétuo olhar
  


      _Mas Daniel, eu nem estou com o seu aqui.
     _Não importa! Vai, abre!
     _Só se prometer uma coisa...
     _Eu prometo. O que é? Haha
     _Que hoje mesmo, depois dessa festa, vai comigo até a minha casa, pra mim te entregar o seu presente.
    _Eu vou sim!

   Quando Luana abriu, havia um CD,  estava escrito nele : “O que eu mais gosto em você ”.
Luana então sorriu, e perguntou do que se tratava o conteúdo... Ele não respondeu, falou que ela só descobriria quando ouvisse!
   _Então, aqui está o que você mais gosta em mim?
  _É isso aí!
  _Nossa! Conseguiu achar alguma coisa? Não tem nada!
  _Uma não. Várias! Mas e você Luana, o que gosta em mim? Isso é, se gosta.
  _Huum, deixe-me ver... A forma que está sempre de bem com a vida! O jeito de encontrar um lado bom até nas coisas mais difíceis ! Consegue enxergar um mundo melhor!  Sabe Daniel, as vezes queria ver as coisas através do seus olhos!
   _Como se você não fosse assim também!
   _Não sou, e além do mais, você tem uma facilidade de tratar as pessoas! Um exemplo bom é esta festa!
   _É que eu sempre fazia na outra cidade.
   _Nem conhecia as pessoas daqui... Mas, isso não te impediu, mudou de cidade, mas não mudou a atitude!
  _Ai Luana, está me deixando sem jeito.
   _Não fique, você é incrível!

Um sino de uma igreja bem perto dali havia começado a tocar devido à missa do Galo.
  _Está ouvindo Daniel? Já é meia noite!
   Daniel deu um abraço em Luana e a levantou em seus braços.
  _Feliz Natal baixinha!
   Luana então sorriu, e também o desejou um feliz natal!
  
Todos da festa já estavam indo, uns para a missa, outros para suas casas.
   _E então Daniel, você vem comigo?
   _Até mesmo se eu não tivesse prometido, ou, acha que eu deixaria você ir para casa sozinha uma hora dessas?

 Eles então juntaram as coisas e foram conversando até a casa de Luana.
Quando chegaram na porta, Luana pediu que Daniel esperasse lá fora, pois traria seu presente.  Ele então, se sentou para esperar por Luana.

   Ela entrou, pendurou o sobretudo em um cabide, e ficou com um vestido preto que estava usando por baixo, foi até seu quarto e pegou o caderno que nunca mostrava pra ninguém.  Ao sair, foi logo dizendo à Daniel:

Quando você não está por perto
É certo, que eu te procuro em outros rostos
Mas a lógica de não conseguir te encontrar
Me faz perceber que eu estou a ponto de delirar
Por que é só você que consegue me entender?
Por que é só pra você que eu consigo dizer?
Tudo que passa pela minha cabeça
Eu peço por favor, que nunca se esqueça


   _Eu nunca vou esquecer!

   Quando Luana percebeu, Daniel estava olhando fixamente para ela. 
   _Sabe Daniel, eu nunca pensei que um dia mostraria esse caderno pra ninguém, não é como este que eu já te mostrei várias vezes, das minhas poesias. Esse é diferente! Agora que eu acabei de escrevê-lo, resolvi te dar. Nele guardo tudo que se passa na minha cabeça. Tudo mesmo! E se estou te dando, é porque realmente confio em você! Finalizei este, para começar outro, e por favor, não mostre a ninguém.
   _Nossa Luana, me deixou muito feliz, demonstrando que confia em mim.

Ele se levantou, a abraçou e aproximou seu rosto ao dela lentamente.

E aquele beijo selou a noite!


quinta-feira, 28 de novembro de 2013

CAPÍTULO 5-



Amenizando os fatos

   Era cedo quando a campainha tocou na casa de Luana. Estava um tempo fechado, voltado para chuva! Ela chegou até a porta, e quando abriu, não havia ninguém, apenas uma caixinha com um bilhete em cima.  Ela pegou, e começou a ler enquanto entrava:
  
FELIZ VÉSPERA DE NATAL!!!! JÁ TEM ALGUM COMPROMISSO PRA HOJE? SE NÃO, ACEITARIA PASSAR ESSE DIA COMIGO?  CASO POSSA, ESTAREI TE ESPERANDO NA PORTA DA LOJA DA MINHA MÃE, DEPOIS DO ALMOÇO! TRAGA SUAS POESIAS!

   Isso realmente conseguiu fazer com que abrisse um sorriso no rosto de Luana. Agora, ela não ia passar aquele dia, sozinha!  E melhor, passaria com alguém, que a entende. 
   Abriu a caixinha e lá dentro havia vários chocolates!  Como Daniel era formidável!
   Enquanto preparava o café da manhã, começou a imaginar o que Daniel planejava! Não o conhecia bem, a ponto de saber qual o seu pensamento sobre aquele dia. Isso, pois ela já tinha um próprio.  Apesar de gostar daquela data, ela também ficava triste pensando nas diferenças sociais. Enquanto muitos festejam com um banquete, muitos passam fome e frio. Mas, era uma pena, seus pensamentos não mudarem o mundo!
   Quando acabou de tomar café, pegou seu caderno e começou a escrever.

    Daniel estava na loja embrulhando muitos presentes.  Com o dinheiro que havia recebido esse mês,  ele havia feito uma encomenda  para uma mesa com muita fartura. Estava ligando para alguém para pedir mais coisas.  Ainda precisava comprar um presente para sua mãe, que não estaria aquele dia, mas chegaria no dia de natal mesmo. E para Luana.
 Pelo visto Daniel queria deixar aquele dia perfeito!
   Foi almoçar e quando terminou, comprou os presentes, depois ficou esperando Luana na porta da loja.  A garota se aproximava, com um sobretudo preto, que realçava  seus longos cabelos ruivos...
    _Oii
   Daniel a abraçou!
   _Oi, você está linda!
   _Não seja bobo!
   Daniel adorava a forma em que Luana ficava quando ele ou qualquer pessoa a elogiava. Ela simplesmente não percebia sua beleza. O quão lindo era seu sorriso tímido.  A sua pele clarinha, o brilho de seus cabelos, o seu olhar atento.
   Chamou ela para dentro da loja, para transformar mais poesias em músicas. Ao entrar, Luana deu de cara com vários presentes,  não disse nada, mas logo pensou que Daniel não tinha o mesmo pensamento que ela. Ele simplesmente, era um consumista, mas ela não podia fazer nada a respeito, é claro!  Os dois se sentaram e Luana começou a mostrar o que havia escrito sobre aquele dia. Daniel achou aquilo ótimo! E falou que precisavam ensaiar aquilo, pois a noite iriam se apresentar. Luana ficou meio assustada, como assim apresentar? Ela nunca havia apresentado antes!
   _Não Daniel, você ta brincando não é mesmo?
   Ele deu aquele sorriso de lado e disse que não.
   Ela não sabia o que ele planejava, mas depois de tanto insistir, ele conseguiu que ela dissesse sim!
Logo, passaram a tarde ensaiando.
Quando já estava quase escurecendo o celular dele tocou, eram as encomendas que estavam prontas, era só buscar. Colocou todos os presentes em um saco grande, e chamou Luana. Enquanto o acompanhava, ela se perguntava pra onde Daniel ia. Será que era uma festa de família?! Isso não fazia mesmo o tipo dela, mas...  Chegaram em uma casa, e uma mulher entregou para Daniel muitas sacolas, ele pediu para que Luana o ajudasse,  era tudo coisas de comer, se colocasse em uma mesa, seria um verdadeiro banquete.
   Os dois saíram de lá e continuaram andando, segurando aquele tanto de coisa, o caderno de poesias, o violão, as sacolas de comida, e o saco de presentes.
Luana não estava entendendo pra onde Daniel a levava, pois, pelo que tinha falando a casa dele não ficava por ali.
   _Pra onde estamos indo Daniel?
   _Pra um lugar, que pelo pouco que te conheço, você vai mudar essa sua cara...
   _Como assim?
   _Deve achar que não percebi, mas, estou vendo, desde que entrou na loja, que está com uma cara de decepção .
   Estavam indo para a parte pobre da cidade. Quando a ficha caiu,  Luana deu um grande abraço em Daniel, mesmo com todas aquelas coisas na mão.
   _Desculpa, é que quando vi todos aqueles presentes..
   _ Pensou que eu era um mauricinho sem noção. Hahaha Esses presentes é de uma campanha que eu faço todo ano, para arrecadar brinquedos, para as crianças, que não tem condição. É assim que eu passo minha véspera de natal Luana! Eu gosto de ver a alegria nos olhos das crianças quando recebem os presentes, e esse ano, você também verá!
   _Aii Daniel eu nem sei o que dizer.
   _Não diz nada. Me ajuda a colocar as coisas ali, depois a gente começa a cantar chamando a galera.
   Ela olhou, então sorriu.
   Eles  arrumaram o suposto banquete, colocou ao lado os presentes, se sentaram ao redor, Luana começou a cantar e Daniel, a tocar e fazer a segunda voz...

Hoje todos sentam para festejar
Distribuem os presentes pra comemorar
O natal...  (É natal)
Encontrei uma pessoa por aí
Ela me ensinou que o valor estava em reunir
Juntar  com os amigos e celebrar
Nesse dia especial vamos cantar
É natal..( É natal...)
Não pensemos só em nós também vamos dividir,
Peguemos a comida e vamos repartir
Dê ao outro um abraço e receba sorrisos
Já da até para ouvir o barulhos dos guizos
De natal.. (É natal...)


  Os dois começaram a distribuir os presentes, e os olhinhos das crianças brilhavam bem como Daniel havia dito.
   _Ei Luana! Esse aqui é pra você!

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

CAPÍTULO 4-


Semelhante à lua

   Os dias se passaram e faltava apenas mais um para a véspera de natal. Luana aguardava a chegada de sua mãe, porém recebeu um recado avisando que a volta seria adiada, sem previsões de quanto tempo a mais. Assim, ficou triste. Seria o primeiro natal que passaria sem ninguém, nem o pai, nem a mãe.. Resolveu ir para a livraria do shopping, comprar um livro, para passar o tempo.
   Nem percebeu que a nova loja continuava lá, do mesmo jeito, com a mesma dona e seu filho Daniel. Ah Daniel...
   Mesmo com a loja lotada ele viu quando Luana entrou na livraria. Mas, não pôde ir até lá devido ao movimento.
   Esperou a loja esvaziar, para dar uma saidinha. Foi até a livraria, mas, Luana já não estava mais lá. Para sua sorte, ela tinha acabado de abrir uma conta, assim, conseguiria facilmente seu endereço. Anotou em um papel e foi à lanchonete comer alguma coisa, pois já era bem tarde e ele nem havia almoçado. 
   Estava indo à casa de Luana quando já anoitecia, chegando perto, percebeu que ela estava de saída. Segurava um caderno e uma caneta, e nas costas carregava um violão. Começou a segui-la.
  

   Luana levou o violão para tentar aprender sozinha umas cifras que havia copiado em seu caderno. Estava em busca de um lugar diferente,  que tivesse inspiração para também criar suas poesias.
   Observou um gramado com uma árvore fácil de subir, o único ponto que havia uma claridade, que vinha do luar. Sem contar que dali proporcionava uma ótima vista de um campo de flores,  com vários vaga-lumes. Aquilo era perfeito!
   Colocou o violão no chão e subiu! Preferiu escrever. Deixou os treinos para depois.

 
  Daniel então foi se aproximando da árvore falando para Luana:
  _Olha pra lua!  Ela me faz lembrar você.  Quando quase me acostumo com a presença dela, ela desaparece.  Tem dias que nem a vejo... A verdade, é que você  Luana, vive no mundo da lua.  Um mundo solitário! Mas a solidão a faz criar sonhos, que ficarão guardados, para serem revelados somente quando alguém for capaz de entender.
Um livro grifado acaba revelando muitas coisas a respeito de seu dono, sabia?
_Daniel? Mas, você não tinha ido embora?
_Eu? Não!
_Eu vi você no carro, carregando tantas coisas. Pensei que já estava de mudança novamente, ou que não tinha gostado daqui.
_Ah era uma encomenda em outra cidade que tivemos que entregar. Como não ia gostar de um lugar que  conheci uma garota tão interessante?
Daniel olhou para o violão.
_Sabe tocar?
_Não!  O trouxe para treinar, queria transformar minhas poesias em música! Mas é difícil!
_E qual seria a melodia?
_Luana pegou uma de suas poesias, e cantou em um ritmo que havia encontrado depois de tantas tentativas.
   Daniel, parou e ficou olhando, estava impressionado com aquela garota! Pegou o violão e começou a tocar acompanhando.

Os dois então conversaram e cantaram a noite inteira.



“Ele me abraçou, e naquele momento senti minha vida toda nas mãos daquele garoto! ”