quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

CAPÍTULO 7-

Raciocínio imediato

 
Luana entrou pra dentro de casa, foi aí que percebeu que as horas passaram, e os dois haviam ficado  muito tempo ali. Seu pai havia deixado muitos recados na caixa de mensagens. A maioria desejando Feliz Natal! E pelo fato de não ter recebido nenhuma resposta, o último  estava mais ou menos assim:
“Luana. Me liga agora!”
   Luana ficou até meio assustada, pois o pai nunca havia se importado com ela, e agora aquele recado?  Não poderia ligar naquela hora, pois ele saberia que estava voltando de algum lugar, e se conversasse com a mãe e ela dissesse que não estava com Luana, acabaria arrumando problemas.
   Então deitou, e logo cedo foi acordada pelo pai.
   _Pai o que você está fazendo aqui?
   _Depois de tantas mensagens ignoradas, resolvi ligar para sua mãe, e quando soube que ela te
deixou sozinha no natal, não pude admitir, ela é realmente uma sem noção, uma desnaturada! Então decidi filha, vou te levar comigo para Londres.
      Luana tinha acabado de acordar, não conseguia pensar direito, era muita informação para sua cabeça.  Como podia, mudar para Inglaterra assim, de uma hora para outra?!
   _Não pai, é cedo para brincadeiras.
    O pai ficou nervoso de forma que Luana nunca havia visto antes.
   _Não é brincadeira! Em meia hora quero suas coisas prontas, estou te esperando na sala.
   Luana levantou de uma vez.
   _Sabe o que você é papai? Você é um hipócrita! Exige da minha mãe o que você não é! Como assim ela devia estar presente? Você nunca esteve. Que moral tem para vir me dizer isso? Nem se importam de verdade comigo. Só com as aparências. Se quiser me provar o contrário, e mostrar que quer o meu bem de verdade, vai embora e me deixa sozinha como sempre fez!
   Ele gaguejou, mas não mudou de ideia.
   _Éh.. Em meia hora!
   Ele saiu do quarto e Luana se desesperou. Como poderia deixar, ou perder Daniel quando ela finalmente o encontrou e começou a entender seus sentimentos?
  Começou a escrever um bilhete e as lágrimas escorriam sobre ele naturalmente. Juntou suas coisas em uma mochila, prendeu o bilhete nas cordas do violão e foi até o pai.
   _Tudo bem, pai. Eu vou com a condição de passarmos em um lugar antes.
   Ele abriu um grande sorriso, pois tinha conseguido o que queria.
  _E onde vamos?
    Luana, indicou o endereço da casa de Daniel.
  
   O pai ficou esperando no carro, enquanto Luana esperava alguém atender na porta, logo a mãe de Daniel apareceu.
   _Oi, o Daniel está?
   _Eii, você que é a Luana? Daniel fala muito bem de você. Ele não está, eu o pedi para passar em um lugar, mas daqui a pouco ele chega.
  
Luana deu um sorriso, e uma lágrima caiu.

   _Entrega isso pra ele? E diz, que eu o amo, e que mesmo que as coisas não vão de acordo com meus planos, eu vou dar um jeito!

   Foi ela entregar seu violão com o bilhete, o pai buzinou chamando-a.
   _Porque entregou o violão que te dei para aquela mulher?
   _Precisava de umas afinações! Assim, não pretendo ficar muito tempo com o senhor, então, melhor deixá-lo.
   _Você vai mudar de ideia.
   _Não mesmo!
   Enquanto o pai seguia até o aeroporto, Luana começou a raciocinar tudo que estava acontecendo.
Se tocou, que o fato dela estar indo com o pai, não era por causa, de ter passado o natal sozinha como ele havia dito, afinal, a última mensagem foi mandada depois da meia noite, e no outro dia ele já estava cedo em sua casa. Aquilo era só um pretexto! O pai já estava por ali, e já pretendia levá-la, só procurou uma oportunidade... E como a mãe não ajuda nem um pouco, foi fácil!


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