quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

CAPÍTULO 8-


A vida tem dessas coisas


   _Ela só disse isso?
   _Foi meu filho.
    Daniel lia e relia o versos escritos no bilhete que Luana havia mandado:

MEU PAI ME LEVOU PARA LONDRES DANIEL. NÃO TENHO PREVISÃO PARA QUANDO VOLTO, NEM ACHO JUSTO PEDIR QUE ME ESPERE. VOU TENTAR DAR UM JEITO DE NÃO FICAR AQUI POR MUITO TEMPO. QUANDO A SAUDADE BATER, PENSE EM MIM, QUE EU ESTAREI PENSANDO EM VOCÊ!

   O bilhete estava marcado por lágrimas de Luana, que agora se juntavam com as de Daniel.


Luana havia chegado em Londres com o pai, e quando entrou na mansão dele, ficou impressionada, se perguntava pra quê daquilo tudo, ele a levou até um quarto enorme só para ela. Os dois se sentaram na cama e começaram a conversar.
   _Sabe filha, depois que vim para Inglaterra, fiz amizade com muita gente importante, e um desses meus amigos, virá hoje em um jantar aqui.
  
   Luana não estava nem um pouco interessada nos assuntos do pai. Só pensava em Daniel.
   _Aé pai?
   _É, e ele trará o filho , faço muito gosto  que você se aproxime dele, quem sabe até não se tornam namorados?
   _Era pra isso pai? Me trouxe até aqui para criar laços com pessoas importantes? Faça me o favor!
   _Não é isso Luana!
   _Ah não? E a Michelly? Arruma ela pro cara pai! Afinal, ela também é sua filha. Tem a mesma idade que eu. E tem até  mais classe!
   _Ele não quer ela Luana.
   _Ah entendi! Esse é o problema! Por isso apareceu tão rápido em casa, e arrumou aquele pretexto!

   Quando ela foi ver, o pai já estava saindo do quarto! Ela começou a chorar!
“Eu nunca te trocarei por ninguém Daniel”
  
   Saiu do quarto para tomar um ar lá fora, e esbarrou com um tanto de patricinhas, eram as amigas de Michelly. Percebeu que elas cochichavam algo, assim, queria cada vez mais sair o mais rápido dali.

   Michelly era bonita, mas não era uma beleza natural como tinha Luana. Além do mais, era muito chata!
   As garotas fofocavam sobre as roupas de Luana, e até como ela se vestiria a noite para se encontrar com Felipe, o garoto que o pai de Luana fazia gosto que ela namorasse.
  
   Luana foi até o jardim, que era bem grande por sinal. Sentou-se em uma banco, e começou a escrever em seu novo caderno:
 
“Como posso escrever coisas bonitas se me encontro em uma triste situação?
  A única palavra que passa pela minha cabeça é perdão...
  Perdão, por ter aceitado
 Ir pra tão longe e te deixado
Perdão por ter sido covarde
Nem posso pedir que me aguarde
Não faço ideia do tempo
Só sei que por aqui tudo é mais lento
Se um dia eu voltar
Gostaria de te encontrar
Te falar que nunca mais abro mão da minha felicidade
Para agradar os outros que não me amam de verdade!”



   Luana continuava escrevendo, quando escutou duas empregadas da casa conversando:
   _Não aguento mais essas amigas da Michelly, agora estão numa gritaria porque o tal do Felipe chegou.
   _Coitada dessa menina que chegou então, elas vão cair matando pra cima dela, por causa do garoto. Diz que ela só veio, porque o menino se interessou, depois que viu uma foto dela. Agora que está aí, então provavelmente deve estar procurando ela.

   Luana, pensava consigo mesma:
“Mais essa! Esse cara não vai me ver mesmo!”

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

CAPÍTULO 7-

Raciocínio imediato

 
Luana entrou pra dentro de casa, foi aí que percebeu que as horas passaram, e os dois haviam ficado  muito tempo ali. Seu pai havia deixado muitos recados na caixa de mensagens. A maioria desejando Feliz Natal! E pelo fato de não ter recebido nenhuma resposta, o último  estava mais ou menos assim:
“Luana. Me liga agora!”
   Luana ficou até meio assustada, pois o pai nunca havia se importado com ela, e agora aquele recado?  Não poderia ligar naquela hora, pois ele saberia que estava voltando de algum lugar, e se conversasse com a mãe e ela dissesse que não estava com Luana, acabaria arrumando problemas.
   Então deitou, e logo cedo foi acordada pelo pai.
   _Pai o que você está fazendo aqui?
   _Depois de tantas mensagens ignoradas, resolvi ligar para sua mãe, e quando soube que ela te
deixou sozinha no natal, não pude admitir, ela é realmente uma sem noção, uma desnaturada! Então decidi filha, vou te levar comigo para Londres.
      Luana tinha acabado de acordar, não conseguia pensar direito, era muita informação para sua cabeça.  Como podia, mudar para Inglaterra assim, de uma hora para outra?!
   _Não pai, é cedo para brincadeiras.
    O pai ficou nervoso de forma que Luana nunca havia visto antes.
   _Não é brincadeira! Em meia hora quero suas coisas prontas, estou te esperando na sala.
   Luana levantou de uma vez.
   _Sabe o que você é papai? Você é um hipócrita! Exige da minha mãe o que você não é! Como assim ela devia estar presente? Você nunca esteve. Que moral tem para vir me dizer isso? Nem se importam de verdade comigo. Só com as aparências. Se quiser me provar o contrário, e mostrar que quer o meu bem de verdade, vai embora e me deixa sozinha como sempre fez!
   Ele gaguejou, mas não mudou de ideia.
   _Éh.. Em meia hora!
   Ele saiu do quarto e Luana se desesperou. Como poderia deixar, ou perder Daniel quando ela finalmente o encontrou e começou a entender seus sentimentos?
  Começou a escrever um bilhete e as lágrimas escorriam sobre ele naturalmente. Juntou suas coisas em uma mochila, prendeu o bilhete nas cordas do violão e foi até o pai.
   _Tudo bem, pai. Eu vou com a condição de passarmos em um lugar antes.
   Ele abriu um grande sorriso, pois tinha conseguido o que queria.
  _E onde vamos?
    Luana, indicou o endereço da casa de Daniel.
  
   O pai ficou esperando no carro, enquanto Luana esperava alguém atender na porta, logo a mãe de Daniel apareceu.
   _Oi, o Daniel está?
   _Eii, você que é a Luana? Daniel fala muito bem de você. Ele não está, eu o pedi para passar em um lugar, mas daqui a pouco ele chega.
  
Luana deu um sorriso, e uma lágrima caiu.

   _Entrega isso pra ele? E diz, que eu o amo, e que mesmo que as coisas não vão de acordo com meus planos, eu vou dar um jeito!

   Foi ela entregar seu violão com o bilhete, o pai buzinou chamando-a.
   _Porque entregou o violão que te dei para aquela mulher?
   _Precisava de umas afinações! Assim, não pretendo ficar muito tempo com o senhor, então, melhor deixá-lo.
   _Você vai mudar de ideia.
   _Não mesmo!
   Enquanto o pai seguia até o aeroporto, Luana começou a raciocinar tudo que estava acontecendo.
Se tocou, que o fato dela estar indo com o pai, não era por causa, de ter passado o natal sozinha como ele havia dito, afinal, a última mensagem foi mandada depois da meia noite, e no outro dia ele já estava cedo em sua casa. Aquilo era só um pretexto! O pai já estava por ali, e já pretendia levá-la, só procurou uma oportunidade... E como a mãe não ajuda nem um pouco, foi fácil!


quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

CAPÍTULO 6-

Um perpétuo olhar
  


      _Mas Daniel, eu nem estou com o seu aqui.
     _Não importa! Vai, abre!
     _Só se prometer uma coisa...
     _Eu prometo. O que é? Haha
     _Que hoje mesmo, depois dessa festa, vai comigo até a minha casa, pra mim te entregar o seu presente.
    _Eu vou sim!

   Quando Luana abriu, havia um CD,  estava escrito nele : “O que eu mais gosto em você ”.
Luana então sorriu, e perguntou do que se tratava o conteúdo... Ele não respondeu, falou que ela só descobriria quando ouvisse!
   _Então, aqui está o que você mais gosta em mim?
  _É isso aí!
  _Nossa! Conseguiu achar alguma coisa? Não tem nada!
  _Uma não. Várias! Mas e você Luana, o que gosta em mim? Isso é, se gosta.
  _Huum, deixe-me ver... A forma que está sempre de bem com a vida! O jeito de encontrar um lado bom até nas coisas mais difíceis ! Consegue enxergar um mundo melhor!  Sabe Daniel, as vezes queria ver as coisas através do seus olhos!
   _Como se você não fosse assim também!
   _Não sou, e além do mais, você tem uma facilidade de tratar as pessoas! Um exemplo bom é esta festa!
   _É que eu sempre fazia na outra cidade.
   _Nem conhecia as pessoas daqui... Mas, isso não te impediu, mudou de cidade, mas não mudou a atitude!
  _Ai Luana, está me deixando sem jeito.
   _Não fique, você é incrível!

Um sino de uma igreja bem perto dali havia começado a tocar devido à missa do Galo.
  _Está ouvindo Daniel? Já é meia noite!
   Daniel deu um abraço em Luana e a levantou em seus braços.
  _Feliz Natal baixinha!
   Luana então sorriu, e também o desejou um feliz natal!
  
Todos da festa já estavam indo, uns para a missa, outros para suas casas.
   _E então Daniel, você vem comigo?
   _Até mesmo se eu não tivesse prometido, ou, acha que eu deixaria você ir para casa sozinha uma hora dessas?

 Eles então juntaram as coisas e foram conversando até a casa de Luana.
Quando chegaram na porta, Luana pediu que Daniel esperasse lá fora, pois traria seu presente.  Ele então, se sentou para esperar por Luana.

   Ela entrou, pendurou o sobretudo em um cabide, e ficou com um vestido preto que estava usando por baixo, foi até seu quarto e pegou o caderno que nunca mostrava pra ninguém.  Ao sair, foi logo dizendo à Daniel:

Quando você não está por perto
É certo, que eu te procuro em outros rostos
Mas a lógica de não conseguir te encontrar
Me faz perceber que eu estou a ponto de delirar
Por que é só você que consegue me entender?
Por que é só pra você que eu consigo dizer?
Tudo que passa pela minha cabeça
Eu peço por favor, que nunca se esqueça


   _Eu nunca vou esquecer!

   Quando Luana percebeu, Daniel estava olhando fixamente para ela. 
   _Sabe Daniel, eu nunca pensei que um dia mostraria esse caderno pra ninguém, não é como este que eu já te mostrei várias vezes, das minhas poesias. Esse é diferente! Agora que eu acabei de escrevê-lo, resolvi te dar. Nele guardo tudo que se passa na minha cabeça. Tudo mesmo! E se estou te dando, é porque realmente confio em você! Finalizei este, para começar outro, e por favor, não mostre a ninguém.
   _Nossa Luana, me deixou muito feliz, demonstrando que confia em mim.

Ele se levantou, a abraçou e aproximou seu rosto ao dela lentamente.

E aquele beijo selou a noite!