segunda-feira, 25 de novembro de 2013

CAPÍTULO 4-


Semelhante à lua

   Os dias se passaram e faltava apenas mais um para a véspera de natal. Luana aguardava a chegada de sua mãe, porém recebeu um recado avisando que a volta seria adiada, sem previsões de quanto tempo a mais. Assim, ficou triste. Seria o primeiro natal que passaria sem ninguém, nem o pai, nem a mãe.. Resolveu ir para a livraria do shopping, comprar um livro, para passar o tempo.
   Nem percebeu que a nova loja continuava lá, do mesmo jeito, com a mesma dona e seu filho Daniel. Ah Daniel...
   Mesmo com a loja lotada ele viu quando Luana entrou na livraria. Mas, não pôde ir até lá devido ao movimento.
   Esperou a loja esvaziar, para dar uma saidinha. Foi até a livraria, mas, Luana já não estava mais lá. Para sua sorte, ela tinha acabado de abrir uma conta, assim, conseguiria facilmente seu endereço. Anotou em um papel e foi à lanchonete comer alguma coisa, pois já era bem tarde e ele nem havia almoçado. 
   Estava indo à casa de Luana quando já anoitecia, chegando perto, percebeu que ela estava de saída. Segurava um caderno e uma caneta, e nas costas carregava um violão. Começou a segui-la.
  

   Luana levou o violão para tentar aprender sozinha umas cifras que havia copiado em seu caderno. Estava em busca de um lugar diferente,  que tivesse inspiração para também criar suas poesias.
   Observou um gramado com uma árvore fácil de subir, o único ponto que havia uma claridade, que vinha do luar. Sem contar que dali proporcionava uma ótima vista de um campo de flores,  com vários vaga-lumes. Aquilo era perfeito!
   Colocou o violão no chão e subiu! Preferiu escrever. Deixou os treinos para depois.

 
  Daniel então foi se aproximando da árvore falando para Luana:
  _Olha pra lua!  Ela me faz lembrar você.  Quando quase me acostumo com a presença dela, ela desaparece.  Tem dias que nem a vejo... A verdade, é que você  Luana, vive no mundo da lua.  Um mundo solitário! Mas a solidão a faz criar sonhos, que ficarão guardados, para serem revelados somente quando alguém for capaz de entender.
Um livro grifado acaba revelando muitas coisas a respeito de seu dono, sabia?
_Daniel? Mas, você não tinha ido embora?
_Eu? Não!
_Eu vi você no carro, carregando tantas coisas. Pensei que já estava de mudança novamente, ou que não tinha gostado daqui.
_Ah era uma encomenda em outra cidade que tivemos que entregar. Como não ia gostar de um lugar que  conheci uma garota tão interessante?
Daniel olhou para o violão.
_Sabe tocar?
_Não!  O trouxe para treinar, queria transformar minhas poesias em música! Mas é difícil!
_E qual seria a melodia?
_Luana pegou uma de suas poesias, e cantou em um ritmo que havia encontrado depois de tantas tentativas.
   Daniel, parou e ficou olhando, estava impressionado com aquela garota! Pegou o violão e começou a tocar acompanhando.

Os dois então conversaram e cantaram a noite inteira.



“Ele me abraçou, e naquele momento senti minha vida toda nas mãos daquele garoto! ”

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