quinta-feira, 28 de novembro de 2013

CAPÍTULO 5-



Amenizando os fatos

   Era cedo quando a campainha tocou na casa de Luana. Estava um tempo fechado, voltado para chuva! Ela chegou até a porta, e quando abriu, não havia ninguém, apenas uma caixinha com um bilhete em cima.  Ela pegou, e começou a ler enquanto entrava:
  
FELIZ VÉSPERA DE NATAL!!!! JÁ TEM ALGUM COMPROMISSO PRA HOJE? SE NÃO, ACEITARIA PASSAR ESSE DIA COMIGO?  CASO POSSA, ESTAREI TE ESPERANDO NA PORTA DA LOJA DA MINHA MÃE, DEPOIS DO ALMOÇO! TRAGA SUAS POESIAS!

   Isso realmente conseguiu fazer com que abrisse um sorriso no rosto de Luana. Agora, ela não ia passar aquele dia, sozinha!  E melhor, passaria com alguém, que a entende. 
   Abriu a caixinha e lá dentro havia vários chocolates!  Como Daniel era formidável!
   Enquanto preparava o café da manhã, começou a imaginar o que Daniel planejava! Não o conhecia bem, a ponto de saber qual o seu pensamento sobre aquele dia. Isso, pois ela já tinha um próprio.  Apesar de gostar daquela data, ela também ficava triste pensando nas diferenças sociais. Enquanto muitos festejam com um banquete, muitos passam fome e frio. Mas, era uma pena, seus pensamentos não mudarem o mundo!
   Quando acabou de tomar café, pegou seu caderno e começou a escrever.

    Daniel estava na loja embrulhando muitos presentes.  Com o dinheiro que havia recebido esse mês,  ele havia feito uma encomenda  para uma mesa com muita fartura. Estava ligando para alguém para pedir mais coisas.  Ainda precisava comprar um presente para sua mãe, que não estaria aquele dia, mas chegaria no dia de natal mesmo. E para Luana.
 Pelo visto Daniel queria deixar aquele dia perfeito!
   Foi almoçar e quando terminou, comprou os presentes, depois ficou esperando Luana na porta da loja.  A garota se aproximava, com um sobretudo preto, que realçava  seus longos cabelos ruivos...
    _Oii
   Daniel a abraçou!
   _Oi, você está linda!
   _Não seja bobo!
   Daniel adorava a forma em que Luana ficava quando ele ou qualquer pessoa a elogiava. Ela simplesmente não percebia sua beleza. O quão lindo era seu sorriso tímido.  A sua pele clarinha, o brilho de seus cabelos, o seu olhar atento.
   Chamou ela para dentro da loja, para transformar mais poesias em músicas. Ao entrar, Luana deu de cara com vários presentes,  não disse nada, mas logo pensou que Daniel não tinha o mesmo pensamento que ela. Ele simplesmente, era um consumista, mas ela não podia fazer nada a respeito, é claro!  Os dois se sentaram e Luana começou a mostrar o que havia escrito sobre aquele dia. Daniel achou aquilo ótimo! E falou que precisavam ensaiar aquilo, pois a noite iriam se apresentar. Luana ficou meio assustada, como assim apresentar? Ela nunca havia apresentado antes!
   _Não Daniel, você ta brincando não é mesmo?
   Ele deu aquele sorriso de lado e disse que não.
   Ela não sabia o que ele planejava, mas depois de tanto insistir, ele conseguiu que ela dissesse sim!
Logo, passaram a tarde ensaiando.
Quando já estava quase escurecendo o celular dele tocou, eram as encomendas que estavam prontas, era só buscar. Colocou todos os presentes em um saco grande, e chamou Luana. Enquanto o acompanhava, ela se perguntava pra onde Daniel ia. Será que era uma festa de família?! Isso não fazia mesmo o tipo dela, mas...  Chegaram em uma casa, e uma mulher entregou para Daniel muitas sacolas, ele pediu para que Luana o ajudasse,  era tudo coisas de comer, se colocasse em uma mesa, seria um verdadeiro banquete.
   Os dois saíram de lá e continuaram andando, segurando aquele tanto de coisa, o caderno de poesias, o violão, as sacolas de comida, e o saco de presentes.
Luana não estava entendendo pra onde Daniel a levava, pois, pelo que tinha falando a casa dele não ficava por ali.
   _Pra onde estamos indo Daniel?
   _Pra um lugar, que pelo pouco que te conheço, você vai mudar essa sua cara...
   _Como assim?
   _Deve achar que não percebi, mas, estou vendo, desde que entrou na loja, que está com uma cara de decepção .
   Estavam indo para a parte pobre da cidade. Quando a ficha caiu,  Luana deu um grande abraço em Daniel, mesmo com todas aquelas coisas na mão.
   _Desculpa, é que quando vi todos aqueles presentes..
   _ Pensou que eu era um mauricinho sem noção. Hahaha Esses presentes é de uma campanha que eu faço todo ano, para arrecadar brinquedos, para as crianças, que não tem condição. É assim que eu passo minha véspera de natal Luana! Eu gosto de ver a alegria nos olhos das crianças quando recebem os presentes, e esse ano, você também verá!
   _Aii Daniel eu nem sei o que dizer.
   _Não diz nada. Me ajuda a colocar as coisas ali, depois a gente começa a cantar chamando a galera.
   Ela olhou, então sorriu.
   Eles  arrumaram o suposto banquete, colocou ao lado os presentes, se sentaram ao redor, Luana começou a cantar e Daniel, a tocar e fazer a segunda voz...

Hoje todos sentam para festejar
Distribuem os presentes pra comemorar
O natal...  (É natal)
Encontrei uma pessoa por aí
Ela me ensinou que o valor estava em reunir
Juntar  com os amigos e celebrar
Nesse dia especial vamos cantar
É natal..( É natal...)
Não pensemos só em nós também vamos dividir,
Peguemos a comida e vamos repartir
Dê ao outro um abraço e receba sorrisos
Já da até para ouvir o barulhos dos guizos
De natal.. (É natal...)


  Os dois começaram a distribuir os presentes, e os olhinhos das crianças brilhavam bem como Daniel havia dito.
   _Ei Luana! Esse aqui é pra você!

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

CAPÍTULO 4-


Semelhante à lua

   Os dias se passaram e faltava apenas mais um para a véspera de natal. Luana aguardava a chegada de sua mãe, porém recebeu um recado avisando que a volta seria adiada, sem previsões de quanto tempo a mais. Assim, ficou triste. Seria o primeiro natal que passaria sem ninguém, nem o pai, nem a mãe.. Resolveu ir para a livraria do shopping, comprar um livro, para passar o tempo.
   Nem percebeu que a nova loja continuava lá, do mesmo jeito, com a mesma dona e seu filho Daniel. Ah Daniel...
   Mesmo com a loja lotada ele viu quando Luana entrou na livraria. Mas, não pôde ir até lá devido ao movimento.
   Esperou a loja esvaziar, para dar uma saidinha. Foi até a livraria, mas, Luana já não estava mais lá. Para sua sorte, ela tinha acabado de abrir uma conta, assim, conseguiria facilmente seu endereço. Anotou em um papel e foi à lanchonete comer alguma coisa, pois já era bem tarde e ele nem havia almoçado. 
   Estava indo à casa de Luana quando já anoitecia, chegando perto, percebeu que ela estava de saída. Segurava um caderno e uma caneta, e nas costas carregava um violão. Começou a segui-la.
  

   Luana levou o violão para tentar aprender sozinha umas cifras que havia copiado em seu caderno. Estava em busca de um lugar diferente,  que tivesse inspiração para também criar suas poesias.
   Observou um gramado com uma árvore fácil de subir, o único ponto que havia uma claridade, que vinha do luar. Sem contar que dali proporcionava uma ótima vista de um campo de flores,  com vários vaga-lumes. Aquilo era perfeito!
   Colocou o violão no chão e subiu! Preferiu escrever. Deixou os treinos para depois.

 
  Daniel então foi se aproximando da árvore falando para Luana:
  _Olha pra lua!  Ela me faz lembrar você.  Quando quase me acostumo com a presença dela, ela desaparece.  Tem dias que nem a vejo... A verdade, é que você  Luana, vive no mundo da lua.  Um mundo solitário! Mas a solidão a faz criar sonhos, que ficarão guardados, para serem revelados somente quando alguém for capaz de entender.
Um livro grifado acaba revelando muitas coisas a respeito de seu dono, sabia?
_Daniel? Mas, você não tinha ido embora?
_Eu? Não!
_Eu vi você no carro, carregando tantas coisas. Pensei que já estava de mudança novamente, ou que não tinha gostado daqui.
_Ah era uma encomenda em outra cidade que tivemos que entregar. Como não ia gostar de um lugar que  conheci uma garota tão interessante?
Daniel olhou para o violão.
_Sabe tocar?
_Não!  O trouxe para treinar, queria transformar minhas poesias em música! Mas é difícil!
_E qual seria a melodia?
_Luana pegou uma de suas poesias, e cantou em um ritmo que havia encontrado depois de tantas tentativas.
   Daniel, parou e ficou olhando, estava impressionado com aquela garota! Pegou o violão e começou a tocar acompanhando.

Os dois então conversaram e cantaram a noite inteira.



“Ele me abraçou, e naquele momento senti minha vida toda nas mãos daquele garoto! ”

domingo, 24 de novembro de 2013

CAPÍTULO 3-


É como a manhã de um
 dia claro...

  Modelo, exemplo, perfeição! Luana acordou com essas palavras atormentando seu pensamento, se perguntava o porquê de sempre querer demonstrar sua capacidade, já que tirando a admiração dos professores, ninguém se importava, e quando eu falo ninguém, é justamente dos pais que me refiro!
  É isso mesmo! Ela estava abalada por causa da mudança do pai, mesmo que essa atitude não fosse uma surpresa. É que no fundo , ela pensava que o pai sentia amor por ela, por menor que fosse. 
  Ficou revoltada com a falta de interesse da família! Decidiu assim, não ir na aula; nem aquele dia, nem no outro, nem depois, quem sabe! Aliás, pra quê se preocupar, já que era a melhor da turma e já havia passado de ano?!
  Olhou pela janela, e não conseguia entender, como podia estar triste, com um dia tão bonito lá fora!
  Tomou um banho frio, e resolveu dar uma volta. Ao sair de casa, as primeiras pessoas que avistou, foi Daniel e uma mulher, supostamente sua mãe. Eles entraram em um carro, carregando várias coisas... Ele já estava indo embora?  Foi como aquele banho de água fria que havia tomado. Um choque! Luana falava consigo mesma:
  “_Toma! Aprendeu?! Deixa de ser boba, para de se iludir Luana!! No final da história, todos vão embora e te deixam de lado!
  Ele acenou de longe, ela deu um sorriso disfarçado, virou as costas e começou a caminhar. Observava as coisas a seu redor, e simplesmente via poesia em tudo! Escrevia em seu caderno todos os detalhes que podiam caracterizar sua melancolia:
“Talvez tudo precise de um motivo:
   É como a manhã de um dia claro, depois de uma decepção
   Como a borboleta precisou estar no casulo, antes da transformação
   Como o sol que vai embora, para deixar espaço para a lua
   Como Daniel precisou ir,
   Para meu destino se cumprir
   Um destino de ficar sozinha na platéia
    Enquanto todo o resto estréia
    O grande filme de viver”
    Estava distraída quando avistou uma flor diferente, nunca havia visto outra igual, era muito bonita e delicada, não havia nenhum espinho que a protegesse, era muito frágil, porém com uma beleza inexplicável...
   Apanhou a flor e continuou andando. Viu uma garota sentada numa sombra debaixo de uma árvore. Ela parecia ter uns 13 anos. Usava uns óculos grandes, e tinhas olhos azuis maravilhosos, Porém estava chorando, o cabelo estava bagunçado. Luana notou que a única coisa que embaçava a beleza dela era o sentimento que sentia naquele momento, mesmo que não soubesse qual era, ela conseguia enxergar. Então, aproximou-se dela:
   _Oi! Por que você ta chorando?
   A garota olhou meio assustada.
    _Pode me contar, será nosso segredo!  Ahh, me chamo Luana!
   _É que eu sou feia! Todos do colégio me criticam, e eu nem sei o que fiz pra eles, sempre fico na minha,  maioria da vezes até triste, porque não tenho ninguém para conversar!
  _Hum entendi! Feia? Deve estar doida... Você é linda!  E como você se chama?
  _Gabriela .
   Luana então, estava decidida de ajudar a garota! Começou a usar seus invencíveis argumentos de poeta...
   _ Nossa que coincidência! Era você mesma que eu estava procurando!  Não devia estar assim. Eu esperava uma garota decidida e feliz, até porque um garoto lindo me mandou te entregar isso aqui.
    _Que flor linda! Tem certeza que é pra mim?
   _Absoluta certeza! Ele me disse: “Me ajuda? Entrega isso pra uma garota linda? Ela se chama Gabriela, usa óculos, e por trás deles , você vai ver lindos olhos claros!”
   _E quem é ele?
   _Bom, ele me pediu segredo, falou que não era o momento. E pediu, para que quando vocês finalmente se encontrassem, que você não tocasse nesse assunto da flor, é que possivelmente ele ficaria sem jeito. Não é formidável?  Falou que, quando o visse, teria alguma coisa que te faria perceber que era ele, sem ao menos dizer.
    Gabriela então ficou toda feliz! 
  _Não posso acreditar!
  _Ele também disse que está te dando essa flor, porque ao vê-la se lembrou muito de você. Delicada, diferente das demais!
  _Nossa e eu nem sabia!
  _Por isso Gabi,  quando alguém quiser te fazer triste, dá um sorriso em troca, pois você tem alguém que te admira muito por aí, que não quer mesmo ver você magoada novamente!  Preciso ir agora, qualquer dia a gente se vê! Tchauzinho...
  _Tchau Lu! E obrigada!
 
    Assim, Luana voltou para casa! Ficou pensando no ocorrido, e sentiu emocionada, por ter deixado aquela garota que estava triste tão feliz!
    Chegando em seu quarto se lembrou do presente que seu pai havia lhe dado. Aquele embrulho grande! Pegou, abriu e dentro de uma caixa tinha um violão.
 
 “Quando falei pra ele que gostava de expressar meus sentimentos,  não era bem de música que eu estava falando.  Nem tocar eu sei”

Pegou seu caderno e começou a ler o que havia escrito . Olhou pro violão. E pensou como seria uma música com aqueles versos. Se conseguisse criar uma melodia, e aprender a tocar...




CAPÍTULO 2-

Encontros, desencontros, surpresas e despedidas

“Sozinha nesse plano, sem ninguém pra amar...
Quanto mais eu sonho... Mais eu quero acreditar! ”

  Luana teve dificuldades pra acordar, virou a noite escrevendo, enquanto via um filme no qual achou tosco, mas tudo bem... Isso não vem ao caso. A questão é que estava completamente atrasada... E  isso não acontecia com muita frequência... Ou melhor, era primeira vez no ano que Luana se atrasava para o colégio... Já estava quase começando o primeiro horário e ela nem havia se arrumado ainda.
  Desesperou-se ao ver a hora, arrumou muito rápido, e correu para a cozinha para pegar qualquer coisa pra comer, quando se deparou com um bilhete de sua mãe na geladeira:

   BOM DIA FILHA! PRECISO DE UM FAVOR SEU, ENTREGUE ESSES ENVELOPES PARA A  MINHA SECRETÁRIA.  MARQUEI COM ELA DE VOCÊS SE ENCONTRAREM EM FRENTE A LIVRARIA DO SHOPPING, DEPOIS DA SUA AULA.  ASSIM, VOCÊ  NÃO RECLAMA TANTO!
(Obs.: Ela se chama Priscila. Já era pra você saber. Mas como sua falta de interesse impediu...)
_Obrigada pela simpatia mamãe!

  Pegou sua mochila, e saiu correndo pro colégio.  E de tão nervosa acabou esbarrando em um garoto alto, com uma caixa grande nos braços. Dentro dela havia muitos discos, verdadeiras relíquias!
  Luana não sabia o que estava acontecendo aquele dia... Ficou sem graça, e com toda pressa o ajudou, recolhendo tudo que havia caído, ficou até admirada com o gosto dele, por parecer tanto com o seu... Mas, não demonstrou nada, nem tinha olhado pra cara do menino ainda.
  Levantou-se  rápido pra entregar tudo para ele ...  Parou por um momento, quando olhou diretamente em seus olhos.  Ele logo notou e deu um sorriso meio de lado. Assim, ela desviou o olhar rapidamente, e  falou meio brava, como se a culpa de tudo que estava acontecendo fosse dele:

  _ Tem dia que  nada da certo mesmo!   Agora me dá licença que já perdi tempo demais te ajudando.

   A verdade é que parecia que Luana, o odiou tanto, pelo fato, dele ter despertado nela um sentimento, em que nunca havia sentido por ninguém! Ela queria se convencer que ele era apenas mais um hipócrita... Mas esse sentimento fazia surgir dentro dela, um interesse, em conhecê-lo, saber se todos aqueles discos eram dele... Por que ela nunca havia o visto antes. Enfim, coisas, que ela simplesmente não aceitaria...  Ela tinha medo desse tipo de sentimento devido, ao término dos pais... A forma inconsolável que a mãe foi deixada...
  Já havia virado a esquina, quando o garoto se tocou...

  _Huum.. .Nervosinha!  Já estou percebendo que vou gostar daqui!
  
   Seu nome era Daniel, ele tinha 18 anos... E havia acabado de se mudar. Sua mãe abriu uma loja no shopping, com tudo relacionado a música... Assim, a explicação por ele ter tantos discos.  Com uma influência dessas,  ele vivia em função da música.  Até uma banda ele tinha na outra cidade... Porém teve que abandoná-la por causa da mudança.
  Daniel percebeu que a garota havia colocado por engano dentro da caixa um de seus livros.
  Era um livro de poesia com alguns versos grifados.  Ficou impressionado com a intensidade daquilo... Ainda mais nos dias de hoje, em que as pessoas nem param para sonhar. Quem dirá amar ou melhor, sentir profundamente.
  Ele surpreendeu com tamanho sentimento vir de uma garota tão bravinha.
   Foi deixar suas coisas em casa, e logo em seguida iria para a loja ajudar a sua mãe.

  Enquanto isso Luana estava em seu intervalo, copiando as  matérias que tinha perdido, devido ao atraso. Quando seu celular tocou; Era seu pai, marcando um encontro a noite... Ele parecia bem sério.
   _Mais essa hoje!
 
  Finalmente a aula de Luana acabara...  Assim, ela chegou ao lugar marcado de se encontrar Priscila, a secretária da mãe. Quando uma nova loja que abriu em frente a livraria chamou sua atenção! Resolveu entrar para conferir...
   Na vitrine ela podia notar, vários instrumentos, principalmente violões e guitarras! Ao entrar se deparou, com uma banca de poucos discos... Ficou feliz! Aquilo era uma raridade! Olhou bem,  e viu  uma seção de livros,  histórias de cantores, de grupos, bandas...  E muito mais! Ela ficou louca...  Encontrou um livro, contando o surgimento e todos os acontecimentos de sua banda preferida.   Percebeu,  que ele estava no alto e se esforçou para pegar... Fez barulho deixando sua mochila cair... Eis que aparece atrás dela um garoto alto:
  _Posso ajudá-la nervosinha ?
  Luana, olhou, e era o mesmo garoto de mais cedo... Com o mesmo sorriso de lado no rosto.
 _Não precisa! Eu consigo sozinha!
 Ela viu, que um pouco no fundo do corredor tinha uma escada que auxiliava a pegar os livros que estavam nas prateleiras mais altas...
  Ele ficou só observando. Percebeu até quando ela colocou a escada de mau jeito em cima da alça da mochila... Assim quando começou a subir, a escada virou...  Luana, foi pra cair quando ele a segurou em seus braços e disse :
 _Prazer, Daniel! Agora aceita minha ajuda?
  Luana parou novamente por um tempo, olhando em seus olhos... Ficou tímida!
 _Éh.. Me desculpa?! É que hoje não ta dando muito certo sabe? Eu me chamo Luana.
 Reparou o relógio no braço de Daniel, e percebeu, que ela estava ali por um bom tempo... Saiu correndo... E falou:
_Eu tenho que ir!
Ele olhou ela saindo pela porta:
_ De novo? E eu nem devolvi o livro.

Luana, foi onde Priscila devia estar esperando, mas nada dela... Ficou lá por um tempo, então decidiu ir para casa... Naquele dia, ela ainda precisava ver o pai.

 Chegando em casa, ligou para a mãe, informando o desencontro. Depois de tanto xingar, a mãe falou que Priscila  passaria naquela hora mesmo na casa dela, para buscar os envelopes.  Depois avisou que estava de viagem  e que voltaria em duas semanas, e desligou o telefone. E em seguida a campainha já foi tocando...

 _É Priscila não é? Aqui, me desculpa, pelo desencontro!
_Acontece.
_Aqui estão!  Minha mãe nem tinha me falado que ia viajar.. Mas, tudo bem...
_Negócios são assim mesmo. Até mais!

Luana entrou, e foi se arrumar, para o encontro com o pai. Quando acabou,  o pai já estava na porta esperando.
 _Nossa filha você está linda!
  _Pai, não precisa exagerar!

  Então ele levou ela pra jantar... E os dois começaram a conversar:
  _Pai, qual é o motivo?
  _Precisa de um motivo?
 _Se tratando do senhor sim! Me diz...
 _ Você não tem jeito mesmo filha... É que eu vou mudar!
 _ Nossa pai, pra isso? Pra me dizer que comprou outra casa nova? Que coisa hein!
 _Não filha, você não está entendendo. Vou mudar, mas é pra outro país!
 Luana, ficou olhando pra ele sem saber o que dizer...  Até ele deixar ela na porta de casa novamente. Ele a entregou um embrulho grande e deu um beijo em seu rosto! Luana então falou, em um tom de decepção:
 _Vai com Deus papai!
E entrou.

Colocou o embrulho em cima do armário e nem sequer abriu.
Pegou seu caderno e sentiu a falta de um livro, foi aí que se lembrou de Daniel...



“Os seus olhos verdes me fazem viajar em profundidade...
E esse seu olhar me traz uma segurança
Que eu não tive, nem quando criança...
  Com esse seu sorriso e a sua pele clara ,
Eu fico encantada
Mas não admito nada ”

CAPÍTULO 1-

Prazer, eu!
  
  “Era uma daquelas tardes quentes de final de ano, as lojas estavam todas lotadas... Pessoas sorrindo, se agarrando pelas ruas... O espírito de natal já havia chegado!
No colégio, já estava na hora de correr atrás, isto é, para todos que aprontaram, ou “aproveitaram” o ano inteiro... Não era o meu caso! E dos meus amigos? Não, não... Também não! Eu sou apenas uma conhecida... Ou melhor, uma desconhecida. Nem amigos eu tenho.
   Aliás, esqueci de me apresentar... Meu nome é Luana, tenho 17 anos, e não tenho muito o que falar, nem com quem...  Acho que não faço parte desse mundo, não gosto desses hipócritas que me rodeiam. Minha única companhia, sou eu mesma, com meus defeitos e com uma caneta e um caderno na mão... Bom, é dessa forma que consigo me expressar... E se você está lendo isso agora, é porque você está com o meu caderno, e fique sabendo, que isso me deixa muito nervosa!”
 
  A verdade, é que se a vida de Luana parecia entediante, era preciso triplicar, porque isso não era nem metade!
Com os pais divorciados, ela morava somente com a mãe, que por sua vez, não era muito presente, pois, vivia em função de trabalhar para garantir uma vida boa à filha. Mas, o que ela não sabia, é que Luana viveria bem melhor com a presença dela, do que aos luxos que ela tanto insistia em adquirir. Luxos sim! Porque elas não passavam por más condições, pra mãe viver trabalhando...
Sem contar que o pai, mandava uma mesada pra ela todo mês, e a levava para passear de vez em quando, com a nova esposa, e seus filhos... Fazendo pose de família feliz...  Como se realmente se importasse com ela, mas ela estava ciente, que tudo era só aparência...
 Luana nem ligava mais, já estava acostumada com a ausência dos pais desde pequena,  assim, já sabia se virar muito bem sozinha... Literalmente! Não costumava conversar com ninguém... Criava um mundo unicamente dela. 
   Diferente das outras garotas, Luana tinha o dom de ver as coisas além do que elas simplesmente aparentavam... Ela conseguia enxergar um sentimento em tudo! Encontrava a essência até das coisas mais vazias.




Caminho Proibido - Paula Feroli

(O amor?!... É você ter aquela sensação, de frio e quente, longe e perto, sol e chuva, tudo misturado dentro de você... Querendo achar o ponto certo, a medida exata... A nota perfeita, pra música entrar em sintonia...)